Uma das obras mais complexas de engenharia das Américas vem dando resultados em forma de frutas, verduras e empregos: o Projeto Olmos, que leva água da Bacia Amazônica a uma das regiões mais desérticas peruanas, com um túnel a dois quilômetros de profundidade sob as imponentes montanhas dos Andes, possui o equivalente a 10 mil campos de futebol de agricultura irrigada.
Os resultados se mostram à altura dos desafios de engenharia que foram enfrentados. Não se trata apenas de uma transposição "natural", a água precisa "subir" para o Vale do Olmos, que dá nome ao projeto, que tem um dos solos mais férteis das Américas mas que sofre com a falta de chuvas devido a sua localização, próximo à Cordilheira dos Andes e a 900 km ao norte de Lima.
Assim, dos túneis para levar a água sob as montanhas, em uma das regiões mais instáveis geologicamente do planeta, a solução tecnológica foi pioneira. O trecho de 20 quilômetros sob os andes, com um túnel de 5,3 metros de diâmetro por onde circulam 400 milhões de metros cúbicos de água por ano do rio Huancabamba, foi um marco moderno.
E Olmos é o primeiro projeto de irrigação no mundo que possui tubulação telescópica – com 45 km de extensão, ela é pressurizada e enterrada – o que permite aos usuários uma pressão contínua em seus sistemas de fornecimento de água.
Mais que riqueza, alimento e empregos, o Projeto Olmos é um sonho que se tornou realidade. Idealizado há mais de 90 anos, o projeto que está mudando a realidade da Lambayeque teve seus estudos de viabilidade econômica, técnica e social finalizados nos anos 1970. Mas somente em 2003 houve a decisão de tirá-lo do papel. A ideia era fazer tudo de forma autossustentável financeiramente, com um sistema em que os investimentos seriam pagos pelos seus resultados.
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