Decreto Lei nº 288/1967 instituiu a Autarquia e,
consequentemente, a Zona Franca de Manaus, que se tornou em um grande centro
industrial, comercial e agropecuário, responsável por abrigar um dos principais
parques industriais e um dos maiores PIBs da indústria brasileira.
Idealizada em 1951, pelo deputado federal Francisco Pereira
da Silva, a Zona Franca de Manaus foi criada em 1957, mediante lei sancionada
pelo então presidente Juscelino Kubitschek, para ser um porto livre destinado
ao armazenamento, beneficiamento e retirada de produtos do exterior. Quase dez
anos depois, o presidente Castello Branco assinaria o Decreto-Lei nº 288,
alterando as disposições da legislação de 1957 e reformulando a ZFM para um
centro industrial, comercial e agropecuário dotado de condições econômicas que
permitissem seu desenvolvimento, diante dos fatores locais e da grande
distância dos centros consumidores de seus produtos.
Com prazo original até 1997, a Zona Franca de Manaus teve sua
primeira prorrogação, por mais 10 anos, em 16 de abril de 1986, por meio do
Decreto nº 92.560. Em 1988, já reconhecida como modelo de desenvolvimento
regional, a ZFM ganharia novo fôlego com a prorrogação por mais 25 anos
prevista no Artigo 40 dos Atos das Disposições Constitucionais Transitórias da
Constituição Federal.
São vários os motivos que possibilitam o reconhecimento da
sociedade brasileira quanto à validade e à importância da Zona Franca de
Manaus. De fato, o modelo ZFM é marcado, essencialmente, por ser economicamente
sustentável, socialmente justo e ambientalmente responsável.
Por ter etapas de industrialização regulamentadas por Processo Produtivo Básico (PPB), o PIM hoje conta com cadeia produtiva adensada e é responsável pela fabricação de produtos com alto valor agregado. O segmento de Duas Rodas é o maior exemplo neste sentido. Único polo brasileiro de fabricação de motocicletas, motonetas e ciclomotores, o PIM possui mais de 10 fábricas que produzem o bem final, com uma média mensal de 13 mil trabalhadores, e mais de 70 componentistas que também geram emprego e renda agregados ao setor. Alguns modelos de motocicletas chegam a ter 93% de suas peças fabricadas integralmente no Brasil.
Com a expressiva arrecadação que a ZFM proporciona ao Estado do Amazonas, o modelo contribui com a redução de desigualdades sociais em todo o País. Nesta lógica, em função da dinâmica econômica e produtiva do PIM, o Amazonas responde por mais da metade da arrecadação de tributos federais de toda a Região Norte. E na divisão dos recursos pela União, o Estado recebe de volta bem menos do que arrecada.
Além de administrar os incentivos fiscais da Zona Franca de Manaus, a SUFRAMA, ao longo dos seus 56 anos, sempre atuou no sentido de buscar alternativas de desenvolvimento para toda a sua área de atuação. A Autarquia realizou várias ações, estudos e projetos visando a aumentar a qualidade e a competitividade dos produtos regionais. Também estabeleceu centenas de parcerias com instituições públicas e privadas do Brasil e do exterior, com o intuito de promover o desenvolvimento socioeconômico em toda a região.
Antes da ZFM, o Estado do Amazonas possuía uma única universidade; atualmente, são dezenas. O número de cursos de mestrado e doutorado, antes inexistentes, chega a mais de 70 atualmente. A Universidade do Estado do Amazonas, que possui unidades em todos os 62 municípios amazonenses, é mantida integralmente por contribuições feitas pelas indústrias do PIM, garantindo o acesso à educação de nível superior em todo o Estado. Nos demais Estados da área de atuação da SUFRAMA, convênios realizados pela Autarquia também viabilizaram a infraestrutura das universidades federais do Acre e de Rondônia, além de investimentos em capital intelectual por meio de programas de especialização, mestrado e doutorado em toda a Amazônia Ocidental.
O sucesso da implantação do modelo é constatado não apenas no âmbito econômico e social, mas também na esfera ambiental, com comprovações científicas. Ao concentrar a atividade econômica em uma área física reduzida, com baixo índice de utilização de recursos florestais, a ZFM garantiu a preservação de 98% da mata nativa do Amazonas, o que significa 1,5 milhão de quilômetros quadrados de árvores preservadas.
Futuro
“Neste momento relevante de discussões sobre as melhores
possibilidades e bases para uma reforma tributária, em que o País também passa
por um processo de reindustrialização, temos convicção de que as contribuições
da ZFM para o Brasil são fortes e justificam a manutenção de um modelo que não
apenas tem influência decisiva para a conservação ambiental da Amazônia, mas
que também é reconhecido nacional e internacionalmente por beneficiar o País
como um todo com a geração de emprego e renda. É importante que o Estado
brasileiro abrace cada vez mais este modelo, que é estratégico para a vida de
milhões de brasileiros, e o reconheça verdadeiramente como uma Zona Franca do
Brasil”, frisou o superintendente Marcelo Pereira.
FONTE: SUFRAMA
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