A tecnologia voltada para
computadores e notebooks está em constante superação: temos computadores cada
vez menores e mais eficientes. Mas vale lembrar que, quando o assunto é
computador para a Engenharia, há uma série de pontos que você deve ficar atento.
Justamente por isso, reunimos
aqui algumas dicas na hora de escolher e fizemos uma seleção de alguns
computadores e recursos indicados para engenheiros(as) e estudantes de
Engenharia.
Definindo o uso
Um dos primeiros pontos que
você deve ficar atento é sobre o maior uso que você fará do computador. Se for
só para usar o pacote Office e navegar na internet, muitos modelos oferecem
computadores com um bom custo-benefício e você precisará se preocupar em manter
a manutenção em dia (atualizando programas e sistema operacional, por exemplo).
Por outro lado, a gente sabe
que a maior parte das Engenharias possui disciplinas que demandam programas
mais pesados e que não é todo computador que aguenta. Alguns exemplos são
programas de CAD, GIS, simulações computacionais, renderização 3D, plataformas
de modelagem 3D, etc.
É pensando nesse uso que você
deve escolher seu computador. Se você vai começar a faculdade agora e ainda
está em dúvida, o ideal é dar uma olhada na grade curricular do seu curso e
verificar a ementa das disciplinas. Elas costumam descrever os softwares que
serão usados.
A maior dica, no entanto, é
verificar os requisitos mínimos de cada software antes de comprar o seu
computador. As desenvolvedoras costumam descrever quais são esses requisitos.
Se você vai rodar mais de um ao mesmo tempo, é bom caprichar um pouco mais na
escolha.
Lembre-se: não adianta
escolher o melhor somente de um item, é todo o conjunto que precisa funcionar
em harmonia, ou seja, não vale ter só um bom processador ou uma placa de vídeo,
caso contrário isso nem fará diferença. Às vezes, é melhor ter todas as peças
boas ou intermediárias que ter uma boa e o restante ser fraca.
Notebook ou desktop?
Se for para levar o computador
para usar nas aulas, fazer apresentações de trabalho, trabalhar em outros
ambientes ou demais tarefas que requisitam o deslocamento, certamente o
notebook é mais indicado. Porém, se você faz tudo de casa, o desktop talvez
seja uma boa opção.
A vantagem do desktop é que
ele costuma ter um desempenho melhor que um notebook na mesma faixa de preço.
Ou seja, se você quiser um notebook com bom desempenho, precisará desembolsar
um pouco mais que para um desktop.
Uma opção é ter um desktop e
um notebook. Se as tarefas que você desloca para fazer são mais simples, você
pode optar por um desktop com bom desempenho em casa e um notebook mais simples
para levar para todo lado (principalmente se você tem medo de ser assaltado ou
de perder um notebook muito caro).
Processador
No quesito processador, os
mais comuns são os da Intel. Porém, a AMD costuma ser a queridinha de muita
gente. Ambas as marcas oferecem processadores com bom desempenho e também
versões intermediárias mais em conta. Você precisa saber escolher qual deles é
o melhor para você.
O processador é o como se
fosse o cérebro do computador, isto é, é ele que transforma os 0s e 1s do
código binário em informações. Essas informações vão para a placa-mãe, que as
encaminha para demais partes do computador.
Isso não quer dizer que você
pode colocar um processador de última geração no seu computador que tudo vai
funcionar bem. Ele pode ser muita areia para o seu caminhãozinho, que nem
sempre dá conta do recado.
Se o uso for só para arquivos
de texto e navegar na internet, é possível que um dual-core dê conta da tarefa,
mas o melhor mesmo é optar por um Core i3 ou acima (os atuais computadores com
dual-core já não são tão bons mais). Se você trabalha com recursos multimídia e
gosta de assistir filmes sem passar raiva, um i3 pode ser razoável, mas é bom
optar por um Core i5.
Gerações mais avançadas do i5
e com uma frequência maior podem ser melhores algumas tarefas mais pesadas e
programas mais complexos (mas isso também depende de outros recursos, como sua
placa de vídeo). Se você for demandar muito do computador, como conteúdo 3D,
edição de vídeo e jogos pesados, é melhor optar por um i7.
Lembre-se que, teoricamente,
quanto maior a geração, melhor a performance e a velocidade. Ainda, a
frequência de um processador diz respeito ao número de operações feitas por
segundo. Isso quer dizer que, quanto maior a frequência, mais rápido tende a
ser a resposta.
Também é preciso olhar para o
número de núcleos. Os núcleos indicam quantas tarefas você pode fazer ao mesmo
tempo, ou seja, quanto mais tarefas pesadas que demandam muito do processador
você quer, maior a quantidade de núcleos necessária. Lembrando que essa
quantidade de tarefas não quer dizer número de janelas ou programas abertos,
depende do programa e do quanto eles demandam do processador.
Memória RAM
A memoria RAM (de Random
Access Memory, em inglês, ou memória de acesso aleatório, em português)
armazena a informação no momento em que ela é acessada. Isso significa que ela
é diferente da capacidade de armazenamento do seu computador, que costuma
variar de muitos gigabytes a terabytes.
A memória RAM serve para o
acesso em programas e, teoricamente, mais RAM tende a processar seus dados de
acesso de forma mais rápida. Atualmente, ter uma memória de 4GB é razoável, mas
para alguns softwares é melhor optar por 8GB ou 16GB.
Placa de vídeo
É a placa de vídeo quem
controla as funções de exibição de vídeo na sua tela (como o nome já indica).
Isso quer dizer que ela é muito importante, especialmente para quem trabalha
com plataformas 3D e softwares semelhantes.
Nem sempre é possível
encontrar uma placa de vídeo em computadores antigos. Normalmente, a Graphics
Processor Unit (ou GPU, Unidade de Processamento Gráfico) era soldada na
placa-mãe.
Ainda, placas de vídeo podem
ter “memória dedicada”, ou seja, memória só para ela. Esse tipo de placa é
essencial para quem quer trabalhar com modelagem 3D, edição de vídeo, jogos e
semelhantes.
Sistema operacional
Windows? Linux? MacOS? Chrome
OS? Qual sistema operacional escolher para o computador? Isso depende muito do
que você pretende fazer. Se o seu computador for da Apple, é bem provável que
você continue com o sistema da empresa, que é o MacOS.
Se você for trabalhar com computadores
que não são da Apple, é possível escolher entre Linux e Windows. Não vamos
considerar o Chrome OS neste quesito porque ele é um pouco mais limitado.
Quando você usa softwares com
licença comercial, como muitos programas de CAD, modelagem 3D e semelhantes, é
bem provável que vai optar pelo Windows, pois praticamente todos são voltados
para esse sistema operacional (embora alguns tenham versão para Linux).
No Linux, é mais comum
encontrar softwares livres, para os quais você não precisa de licença para
instalar e usar. Esses softwares costuma ser mais robustos que os instalados no
Windows, mas isso não deve ser generalizado. Há softwares livres muito bons e talvez
o exemplo mais comum seja o R, o software estatístico que é usado em vários
sistemas operacionais.
Enquanto no Windows você pode
instalar o Photoshop, o Linux oferece o GIMP. Dependendo do que você for fazer,
às vezes é melhor optar por um ou por outro. O mesmo acontece para quem usa
Matlab no Windows e Octave no Linux. Felizmente, boa parte dos softwares possui
versões para os três sistemas operacionais (Windows, Linux e MacOS).
Ainda, para quem prefere ter
mais liberdade no gerenciamento do sistema operacional, o Linux é a melhor
escolha. Há diferentes distribuições de GNU/Linux (normalmente chamado só de
Linux), algumas tão simples de usar como o Windows, e outras voltadas para quem
entende de computação mais robusta.
Armazenamento
O armazenamento depende muito
do espaço que você acredita que vai ocupar com seus arquivos. Ainda, há a
diferença de HD para SSD. O primeiro é o disco rígido (hard disk drive), que
possui alta capacidade de armazenamento e aparentemente tem maior durabilidade
(no quesito tempo de uso), mas eles é mais lento.
A unidade de estado sólido
(Solid-State Drive, ou SSD), por outro lado, embora seja mais cara (quanto
maior a capacidade, mais elevado é o valor), está se tornando a preferida
devido a sua velocidade. Ela também é mais usada em computadores mais finos.
Então, no fundo, os dois são
viáveis para fins de Engenharia (embora SSD tenha a vantagem de maior
velocidade). Basta você avaliar o custo-benefício e a questão do espaço para
decidir.
FONTE: Larissa Fereguetti - Doutoranda, mestre e engenheira.